Teleatendimento - Call center

O grupo vem acompanhando o fenômeno do adoecimento dos trabalhadores em call center. Como resultados da pesquisa, apresentamos os seguintes textos:
1- O Supremo e a repercussão geral no caso da terceirização de atividade-fim de empresas de telecomunicações: o que está em jogo? 
2- ADOECIMENTO NO TELEATENDIMENTO E REGULAÇÃO PRIVADA: A INVISIBILIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA (apresentando no encontro da ANPOCS, 2014)
3- Terceirização: o Supremo e o setor de telecomunicações
4- O artigo "CALL CENTERS NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES: TERCEIRIZAÇÃO, ADOECIMENTO E REGULAÇÃO DO TST" foi apresentado no Encontro anual da ABET e pode ser acessado nos seus anais,  clicando aqui
5- A dissertação de mestrado intitulada "Do outro lado da linha: Poder Judiciário, regulação e adoecimento dos trabalhadores em call centerstambém é resultado de um trabalho de pesquisa conjunto do grupo.
Resumo: Essa pesquisa buscou identificar o padrão de regulação do trabalho desenvolvido pelo Tribunal Superior do Trabalho, instância máxima da Justiça do Trabalho, em relação aos trabalhadores de call center do setor de telecomunicações. Devido à condição de precariedade que marca o trabalho nesse setor, buscou-se a resposta dada pelo Poder Judiciário ao destacado quadro de adoecimento dos trabalhadores que nele se ativam. Com isso, pretendeu-se aferir a eficiência ou debilidade da regulação social do trabalho quanto a esse recorte temático e, por consequência, a concretude social dos mandamentos constitucionais de proteção ao trabalho. Os impactos do novo contexto de acumulação flexível, da nova morfologia do trabalho e do avanço do discurso neoliberal na subjetividade dos trabalhadores, na afirmação de suas identidades profissionais e coletivas e na sua integridade biopsíquica foram constatados, em geral, a partir da literatura sociológica disponível. Também foi constatada, a partir das pesquisas empíricas envolvendo trabalhadores de call center, a especial dimensão que o modelo produtivo pós-fordista adquire para esses trabalhadores, notadamente pela sua contratação terceirizada, pelas baixas remunerações, pela alta rotatividade do trabalho no setor, pelas condições de trabalho assediadas e pelos altos índices de adoecimento. Os acórdãos proferidos pelo TST em 23 reclamações trabalhistas envolvendo trabalhadores de call center do setor de telecomunicações que alegaram doenças do trabalho e postularam a reparação judicial dessas lesões à sua saúde, no período de 2005 a 2012, consistiram em objeto principal dessa pesquisa. As decisões analisadas revelaram a dimensão heterogênea do Poder Judiciário trabalhista, que se apresentou como terreno real de disputas entre o discurso empresarial comprometido com a gestão e a reprodução capitalista, envolvidos pela semântica neoliberal, e o discurso constitucional de proteção ao trabalho e de garantia da dignidade dos trabalhadores. Essa polarização ficou demarcada, sobretudo, na discussão a respeito da ilicitude da terceirização de call center dos serviços de telecomunicações. Com relação ao adoecimento, apesar de também demonstrada a heterogeneidade nos julgamentos, o padrão jurisprudencial majoritário identificado revelou que o enfrentamento do adoecimento dos trabalhadores desse setor se apresentou distanciado das premissas constitucionais de proteção ao trabalho. Também indicou uma análise individualizada dos casos de adoecimento, que distancia e desvincula o fenômeno da precarização e dos problemas coletivos associados ao trabalho, e imputa exclusivamente ao trabalhador o ônus de comprovar o nexo de causalidade entre trabalho e doença. Ademais, se identificou a pouca intervenção do TST nos resultados dos julgamentos dos Tribunais Regionais do Trabalho, que foram indistintamente confirmados pela Corte Superior em razão da impossibilidade de revolver fatos e provas. Quanto aos processos de trabalho e às práticas gerenciais que potencialmente tornam o ambiente de trabalho hostil, como o controle do uso de sanitário e a cobrança excessiva de metas, a atuação do TST, majoritariamente, revelou um padrão de “tutela dos excessos”, com tolerância às práticas gerenciais propriamente ditas. 
Dados e indicadores

Tabela 987 - Empresas e outras organizações, pessoal ocupado total e assalariado em 31.12, salários e outras remunerações e salário médio mensal, por seção, divisão e grupo da classificação de atividades (CNAE 2.0) e faixas de pessoal ocupado total
Brasil
Variável = Número de empresas e outras organizações (Unidades)
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) = 82.2 Atividades de teleatendimento
Faixas de pessoal ocupado
Ano
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Total
1.328
1.538
1.886
2.049
2.223
2.429
2.679
0 a 4
932
1.114
1.339
1.401
1.474
1.531
1.605
5 a 9
110
134
182
192
210
275
326
10 a 19
78
102
149
174
193
229
286
20 a 29
39
38
51
69
87
107
129
30 a 49
44
44
53
71
83
85
106
50 a 99
49
38
40
48
67
79
86
100 a 249
36
24
22
33
42
52
62
250 a 499
6
11
16
17
20
19
21
500 ou mais
34
33
34
44
47
52
58


Tabela 987 - Empresas e outras organizações, pessoal ocupado total e assalariado em 31.12, salários e outras remunerações e salário médio mensal, por seção, divisão e grupo da classificação de atividades (CNAE 2.0) e faixas de pessoal ocupado total
Brasil
Variável = Pessoal ocupado assalariado (Pessoas)
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) = 82.2 Atividades de teleatendimento
Faixas de pessoal ocupado
Ano
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Total
232.651
276.155
319.839
334.652
385.447
411.193
422.867
0 a 4
239
320
358
377
386
472
484
5 a 9
518
671
863
925
1.046
1.383
1.657
10 a 19
861
1.212
1.753
2.068
2.350
2.697
3.395
20 a 29
865
804
1.170
1.536
1.953
2.402
2.880
30 a 49
1.581
1.603
1.962
2.502
3.034
3.108
3.831
50 a 99
3.299
2.594
2.813
3.227
4.552
5.304
5.901
100 a 249
5.037
3.657
3.379
4.841
6.248
7.735
9.240
250 a 499
1.972
3.899
5.583
5.599
7.597
6.891
7.245
500 ou mais
218.279
261.395
301.958
313.577
358.281
381.201
388.234
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas 









Doenças ocupacionais com e sem CAT, por ano
CNAE 82.20-0-00 – Atividades de teleatendimento

2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Total
1830
3510
4268
4764
3884
3579
3434
Doença com CAT
581
418
314
310
199
129
96
Acidente sem CAT
-
1269
1656
1732
1396
1183
1052
Tabela construída a partir de dados extraídos dos anuários 2006-2011 do MPAS



CNAE
DOENÇAS OCUPACIONAIS COM CAT EMITIDO
ACIDENTES DE TRABALHO SEM EMISSÃO DE CAT

2009
2010
2011
2009
2010
2011
8211
20
27
26
310
249
251
8219
4
16
7
86
102
88
8220
310
199
129
1.732
1.396
1.183
8230
3
4
6
52
72
70
8291
25
19
18
134
151
136
8292
8
8
8
49
45
49
8299
105
98
62
1.265
1.023
946
Transcrição parcial da tabela do anuário 2011 do MPAS


Telecomunicações
Doença com CAT
SEM CAT
Subsetores (CNAE)
2010
2011
2012
2010
2011
2012
6110 por fio
25
25
10
79
74
100
6120 sem fio
23
17
14
158
161
125
6130 satélite
1
3
1
6141 tv cabo
6
2
2
55
70
56
6142 tv
1
3
12
6143 tv
1
8
7
8
619 outras
20
9
13
171
157
167
TOTAL
75
53
40
475
473
468

 Fonte: INSS, elaboração própria.


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