segunda-feira, 27 de novembro de 2017



Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil


01. Saúde e segurança do trabalho no Brasil
Vitor Araújo Filgueiras............................................................................................................. 19

02. A ocultação do adoecimento laboral no Brasil
Vitor Araújo Filgueiras e Sarah de Araújo Carvalho.......................................................... 79

03. Individualização, saúde e segurança do trabalho no Brasil
Vitor Araújo Filgueiras........................................................................................................... 121

04. Grave e Iminente Risco à Integridade dos Trabalhadores:
superando a morte e a desinformação
Otávio Kolowski Rodrigues e Luiz Alfredo Scienza........................................................... 159

05. A terceirização sem limites: mais precarização e riscos de morte
aos trabalhadores
Graça Druck.............................................................................................................................. 183

06. Tutelas de urgência no direito ambiental do trabalho: preservação
da vida dos trabalhadores
André Magalhães Pessoa e Ilan Fonseca de Souza............................................................ 205

07. A atuação da Justiça do Trabalho em relação ao adoecimento
profissional: proteção ou banalização?
Renata Queiroz Dutra............................................................................................................. 239

08. O eSocial: para além das tabelas, números e questões operacionais
Maria Maeno............................................................................................................................. 291

09. Os atos da vítima na responsabilidade por acidentes do trabalho:
da individualização à contextualização
Alessandro da Silva e Leonardo Vieira Wandelli............................................................... 317

10. A atividade de teleatendimento dez anos após a regulamentação do
ministério do trabalho para o setor (anexo II da norma regulamentadora 17)
Odete Cristina Pereira Reis.................................................................................................... 359

11. Riscos em Mineração

Mario Parreiras........................................................................................................................ 421

terça-feira, 4 de julho de 2017




DOSSIÊ (em construção)

REFORMA TRABALHISTA

GT Reforma Trabalhista CESIT IE/UNICAMP


O presente documento pretende contribuir para o debate sobre a reforma trabalhista em curso no Brasil. Para isso, busca analisar as principais propostas de alteração da legislação trabalhista e discutir os principais argumentos levantados para justificá-la, oferecendo um contraponto à perspectiva dominante. A subordinação crescente do capital produtivo à lógica das finanças é uma das características constitutivas do capitalismo deste último século. A globalização impõe uma intrincada rede de relações de poder e dominação que questiona o papel dos Estados e fragiliza as políticas de proteção social e de direitos, diferentemente do que afirmam os defensores da reforma, sustentamos que está em questão um processo de desmonte da tela de proteção social construída sistematicamente a partir de 1930, concomitante ao processo de industrialização do país. Para demonstrar essa tese, é importante discutir o processo de constituição dos direitos em perspectiva histórica para, dessa forma, desvendar os aspectos econômicos, políticos e ideológicos que fundamentam a reforma. A trajetória da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, desde seus primórdios tem sido marcada por forte polêmica teórica. Grosso modo, podem ser identificadas duas abordagens. De um lado, há os que insistem em sua rigidez, considerando-a incompatível com os tempos modernos e atribuindo a geração de emprego, o incremento da produtividade e da competitividade à maior flexibilização das relações de trabalho. De outro, em posição contraposta, estão os que afirmam ser um equívoco associar a dinamização da economia à regulamentação do trabalho, defendendo que os direitos trabalhistas e as instituições públicas não podem sucumbir à competição internacional dos mercados. A chamada reforma trabalhista encaminhada pelo governo Temer em 23 de dezembro de 2016 (PL 6787/2016, aprovado pela Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado sob o nº PLC 38/2017) está fundamentada na primeira abordagem. A posição que aqui se defende baseia-se na segunda. O documento está dividido em duas partes. A primeira problematiza os argumentos que embasam o Projeto Lei 6.787/2016, agora PLC 38/17, que promove a revisão de mais de uma centena de itens da CLT. Cumpre notar que vários dos argumentos que subsidiam tanto a versão original, de autoria do Executivo, quanto o 5 texto substitutivo, de autoria do relator, o deputado Rogério Marinho (PSDB/RN), podem ser encontrados nas formulações de entidades patronais como, por exemplo, nos textos da CNI (101 Propostas para Modernização Trabalhista, 2012; Agenda Legislativa da Indústria, 2014; Caminhos da Modernização Trabalhista, 2016) e da CNA (Proposta da Bancada de Empregadores, 2016; Balanço 2016 e Perspectivas 2017). Essas formulações foram em boa parte incorporadas pelo programa lançado pelo PMDB em 2015 Uma Ponte para o Futuro e pelas emendas apresentadas ao PL 6.787/2016 na Câmara dos Deputados, em grande maioria acolhidas pelo relator. Afinal, o que as organizações patronais pretendem com a reforma? Quais os interesses por trás da defesa de cada uma das medidas contempladas no referido projeto e em propostas correlatas atualmente em tramitação no Parlamento brasileiro? Qual o papel das demais instituições públicas nacionais, como é o caso do Supremo Tribunal Federal, STF, na aprovação das alterações pretendidas? Essas perguntas se impõem pois, como se tem presenciado, a disputa política contemporânea não envolve apenas o Executivo e o Legislativo. O Judiciário tem tido uma atuação fundamental na definição do jogo político. A segunda parte detalhará cada uma das medidas propostas ou encampadas pelo Governo Temer e que estão atualmente presentes na agenda política. Essas medidas podem ser divididas nos seguintes aspectos: 1. Formas de contratação mais precárias e atípicas 2. Flexibilização da jornada de trabalho 3. Rebaixamento da remuneração 4. Alteração das normas de saúde e segurança do trabalho 5. Fragilização sindical e mudanças na negociação coletiva 6. Limitação do acesso à Justiça do Trabalho e limitação do poder da Justiça do Trabalho